quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Inovação - por Drucker

DRUCKER

O Propósito da Empresa

“Se desejarmos saber o que é um negócio devemos começar pelo seu propósito. E esse propósito deve estar situado fora do negócio em si. Deve estar na sociedade, uma vez que a empresa é um órgão da sociedade. E o único propósito válido é: criar um cliente.”

As duas funções da empresa
“Pelo fato de ser o seu propósito criar um cliente, qualquer empresa tem duas – e somente essas duas – funções básicas: o marketing e a inovação. São estas as funções empresariais.”

A empresa como órgão de desenvolvimento econômico

“Uma empresa pode existir apenas numa economia em expansão, ou pelo menos numa economia que considere a mudança tanto natural como desejável. E a empresa é o órgão específico do crescimento, da expansão e da mudança. A segunda função do negócio é, portanto, a inovação, isto é, a provisão de mercadorias e serviços melhores e mais econômicos. Não é suficiente que o negócio proporcione apenas um produto ou serviço econômico; deve proporcionar produtos ou serviços melhores e mais econômicos. Não é necessário que o negócio se torne maior, mas é necessário que nunca deixe de se tornar melhor”.

A Inovação
“A inovação pode tomar a forma de menor preço; mas também pode ser um produto novo e melhor (mesmo por um preço mais alto), uma nova comodidade ou a criação de uma nova necessidade. Pode ser o encontro de novas finalidades para produtos velhos”.
“A inovação atravessa todas as fases do negócio. Pode ser inovação no desenho, no produto, nas técnicas de marketing ou no serviço prestado ao cliente. Pode ser inovação na organização da gerência ou nos métodos de administração. Ou pode ser ainda uma nova apólice de seguro, que possibilite ao homem de negócios assumir novos riscos”.
“A inovação estende-se a todas as formas de negócio. É tão importante para um banco, uma companhia de seguros ou uma loja de varejo como é para a indústria e para a engenharia”.

O que é Inovação
“Inovação não é invenção, nem descoberta. Ela pode requerer qualquer das duas – e com freqüência o faz. Mas o seu foco não é o conhecimento, mas o desempenho – e numa empresa isso significa desempenho econômico. A inovação é aplicável à descoberta do potencial do negócio e à criação do futuro. Mas sua primeira aplicação é como estratégia, para tornar o dia de hoje plenamente eficaz e para levar a empresa existente para mais perto do ideal”.
“Inovação significa a criação de novos valores e novas satisfações para o cliente.”
“Inovação é a mudança que cria uma nova dimensão do desempenho.”

Bibliografia:
Organizações Inovadoras, de José Carlos Barbieri

A Inovação - por Schumpeter

A importância da inovação tem sido ressaltada por um sem-número de autores, dois dos quais merecem menção especial: Joseph Schumpeter, que se não foi o primeiro economista a falar sobre inovação, foi certamente quem mais destacou a sua importância e a contribuição para o desenvolvimento econômico; e Peter Drucker, que tratou - e continua tratando - do tema ao logo de toda a sua obra.

A partir da década de 1970, o tema inovação passou atrair um número sempre crescente de pesquisadores acadêmicos, que muito contribuíram para a compreensão dos mecanismos e circunstâncias em que se processam as inovações.

Na última década do século XX a inovação passou a ser reconhecida como um fator essencial para a competitividade e foi incluída na agenda estratégica de muitas organizações. Esse é o caminho que vamos percorrer nas próximas linhas.

SHUMPETER

Inovação e Desenvolvimento Econômico
Fazendo um retrospecto das teorias de Schumpeter sobre inovaçãom podemos ver o quanto são atuais muitas de suas idéias. Note-se que não se pretende aqui fazer uma análise da obra ou da teoria econômica schumpeteriana, mas apenas destacar alguns conceitos que são utéis para o entendimento das inovações e de sua importância.

Desenvolvimento
Schumpeter entende por desenvolvimento "apenas as mudanças da vida econômica que não lhe forem impostas de fora, mas que surjam de dentro, por sua própria iniciativa". O processo de desenvolvimento, portanto, não se confunde com "o mero crescimento da economia, demonstrado pelo crescimento da população e da riqueza". O desenvolvimento, no sentido adotado por Schumpeter, "é um fenômeno distinto, (...) uma pertubação do equilíbrio, que altera e desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente existente".

Inovação
Essas mudanças - as "inovações" no sistema econômico - "são via de regra introduzidas pelos produtores, os quais, se necessário, "educam" os consumidores, que são, por assim dizer, ensinados a querer coisas novas ou coisas que diferem em um ou outro aspecto daquelas que tinham o hábito de usar. Esse conceito engloba os cinco casos seguintes:
1. introdução de um novo bem, ou de uma nova qualidade de um bem;
2. introdução de um novo método de produção, ou seja, um método que ainda não tenha sido testado pela experiência no ramo próprio da indústria de transformação, que de modo algum precisa ser baseada numa descoberta cientificamente nova, e pode consistir também em nova maneira de manejar comercialmente uma mercadoria;
3. abertura de um novo mercado, ou seja, de um mercado em que o ramo particular de indústria de transformação do país em questão não tenha ainda entradom, quer esse mercado tenha existido antes ou não;
4. conquista de uma nova fonte de oferta de matérias-primas ou de bens semimanufaturados, mais uma vez, independemente do fato de que essa fonte já existia ou teve que ser criada;
5. estabelecimento de uma nova organização para o negócio, como a introdução das lojas de departamento".
Inovação x Invenção
Schumpeter enfatiza que inovação não é sinômino de invenção. "É inteiramente imaterial se uma inovação provém de uma invenção ou não. Inovação é possível sem nada que possamos identificar como uma invenção, e uma invenção não necessariamente induz uma inovação; a invenção por si só não produz nenhum efeito economicamente relevante. (...) Mesmo quando a inovação resulta de uma invenção, que tanto pode ter acontecido autonomamente como em resposta a uma dada situação de negócio, as duas ações são, econômica e sociologicamente, duas coisas inteiramente diferentes, mesmo quando por acaso são executados pela mesma pessoa. As atitudes pessoais e os processos sociais que produzem invenções e inovações pertencem a diferentes esferas, e as relações entre ambas são muito mais complexas do que pode parecer à primeira vista".

Bibliografia:
Organizações Inovadoras, de José Carlos Barbieri